Dançar, movimentar o corpo em determinado ritmo musical como forma de expressão subjetiva do ser humano. Essa pode ser a chave para reverter sinais de envelhecimento em nosso cérebro, de acordo com uma pesquisa feita por cientistas do Centro Alemão para Doenças Neurodegenerativas de Magdeburgo.
Publicada em 2017 no periódico “Frontiers in Human Neuroscience”, o estudo mostrou que exercícios físicos como a dança, uma das três principais artes cênicas da antiguidade, também podem contribuir para o tratamento e prevenção de Alzheimer, além de ajudar pessoas mais velhas a combater sinais de envelhecimento.
Para chegar a tais resultados, os pesquisadores acompanharam a rotina de atividades físicas de 26 idosos durante o período de 18 meses.
Os participantes foram divididos em dois grupos: o grupo de dança, composto por 14 participantes com uma média de 67 anos de idade, e o grupo que fazia exercícios de resistência e flexibilidade, composto por 12 pessoa com idade média de 69 anos.
A análise concluiu que ambos os grupos demonstraram melhora no funcionamento do hipocampo, região do cérebro responsável pela memória e pelo equilíbrio do corpo humano e relacionada a doenças como o Alzheimer.
No entanto, somente o grupo de dançarinos apresentou aumento significativo na melhora do equilíbrio. Para os pesquisadores, isso está relacionado aos movimentos que o corpo faz quando está dançando.
“Nós tentamos oferecer aos idosos do grupo de dança uma constante mudança na rotina com diferentes gêneros musicais, como jazz e música latina”, afirma Kathrin Rehfeld, autora do diagnóstico, segundo a revista “Galileu”.
“Passos, movimentos com os braços, formações, velocidade e ritmo eram trocados a cada duas semanas para mantê-los no processo de aprendizado. O aspecto mais desafiador para eles foi lembrar das aulas sob pressão do tempo e sem nenhuma dica do instrutor”, comenta Kathrin sobre o aprendizado.
Ou seja, idosos que praticam a dança estão exercitando a memória, a mente e o equilíbrio do corpo.
Para essas finalidades, a EternamenteSOU organiza a Oficina Corpo, do projeto “Corpo que Fala”. Com direito a danças e arte terapia, o objetivo é ir além do treino físico, atingindo uma consciência maior entre corpo, sensações e sentidos. Investigação corporal é o que define as aulas gratuitas, que acontecem todas as quartas-feiras, às 17h30, no Centro de Cidadania LGBTI Luiz Carlos Ruas.