Saí do armário depois dos 40
Criada em 1988 pelo psicólogo gay, Robert Eichberg e por Jean O´Leary, ativista lésbica, o Dia de Sair do Armário, celebrado em 11 de outubro, tornou-se uma data internacional para aumentar a conscientização sobre a importância de sair do armário e abordar temas sobre sexualidade LGBT. A data foi escolhida por ser o dia do Marco Nacional de Washington para Direitos de Gays e Lésbicas.
Para abordar esse tema, O Blog EternamenteSou conversou com Ricardo Alves da Silva, 53, professor, nascido e criado na cidade de São Paulo. Ricardo divide conosco sua experiência de vida, como foi sua decisão de sair do armário e fala sobre o impacto dessa escolha na sua vida.
Ricardo foi criado com 8 irmãos. Suas primeiras experiências homossexuais aconteceram ainda na infância, durante as brincadeiras de rua com amigos, os conhecidos “troca-trocas”. Sua primeira vez também foi com um rapaz, aos 15 anos. Entretanto, suas relações amorosas na maior parte de sua vida, antes de se assumir, foram com mulheres. Ele afirma que nunca se sentiu realizado nas relações com suas companheiras. Em uma dessas relações, manteve uma “amizade colorida” com um rapaz durante 5 anos às escondidas. O medo de assumir sua homossexualidade falava mais alto.
Ricardo chegou a estudar num seminário, pois, na juventude, sentiu que sua vocação era ser padre, mas permaneceu por pouco tempo. Entendeu que não era esse o seu destino. Buscou outros caminhos profissionais e formou-se em filosofia, história e psicologia e dedicou sua carreira como professor dessas disciplinas.
Ele conta que sempre foi um homem politizado e, desde muito jovem, participava de manifestações políticas, greves, apoiava causas em prol da educação. No entanto, a questão de assumir sua sexualidade foi um tabu para ele mesmo durante a maior parte de sua vida. Ele diz que lhe faltou coragem.
Ricardo revela que se assumiu homossexual há 10 anos, aos 43 anos. Admite que perdeu oportunidades de engatar relacionamentos amorosos com homens por quem se apaixonou. Um ex-namorado chegou a pressioná-lo, mas ele não cedeu. Dois amigos o incentivaram muito, mas essa influência não foi o suficiente para ele se assumir perante à sociedade.
Foi ao conhecer um ex-namorado que Ricardo finalmente sentiu motivação para sair do armário e se viu, pela primeira vez, protagonista da sua vida. Ele nos detalha como foi este momento:
Há dois anos ele reencontrou uma ex-aluna que participava da ONG EternamenteSou. Ela o convidou para um dos evento Café & Memórias da ONG, no qual teve a oportunidade de conhecer outros LGBTs da sua geração, alguns com histórias de vida similares, outros com um histórico diferentes e que essa troca tem sido um processo de constante aprendizado. Veja o que Ricardo fala sobre como tem sido esta experiência:
Profissional de Marketing e Comunicação, com extensa experiência em geração de demanda e aceleração dos negócios. Voluntário em projetos relacionados à Diversidade e Inclusão e causas LGBT+.