Orgulho na caminhada: considerações sobre a liberdade de amar e viver

(foto: jccsf.org)

Ao longo dos anos, as transformações sociais promoveram consideráveis reflexões sobre os direitos da população LGBTQIAPN+, possibilitando não só o reconhecimento dessas pessoas frente às suas identidades, como também um maior entendimento das temáticas relacionadas à diversidade e liberdade dos corpos.

Atualmente, estas evidências compõem siglas (ainda maiores sim, e se reclamar, a gente aumenta mais), bandeiras, adaptações na linguagem e demais realizações que enaltecem a importância da visibilidade e representatividade para a causa, nos diversos segmentos da sociedade.

Contudo, há quem tente deslegitimar tais ações afirmativas, agindo com intolerância, descaso e ironia, utilizando como justificativas a liberdade de expressão, os discursos de embasamento teórico duvidoso, impulsionados pelas fake news — propagadas constantemente nas redes sociais e aplicativos de mensagens — e a moralidade passada de geração em geração, que externaliza opiniões e crenças para além das paredes e muros das residências.

Em pleno século 21, há quem considere a homossexualidade como algo antinatural e patológico, mesmo após 33 anos desde a decisão da Organização Mundial da Saúde, que retirou a identidade sexual da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID).

(Foto: Alexa Rochi @alexarochi__)

O mesmo ocorre em relação à transexualidade (que há alguns anos deixou de ser considerada um transtorno mental) e não-binariedade, vistas como um afronte às instituições, refletindo no número de mortes de uma população que convive diariamente com estigmas, vulnerabilidade e outras formas de violência: só em 2022, foram registrados mais de 270 óbitos por LGBTfobia (um a cada 32 horas), entre assassinatos, suicídios e lesões graves decorrentes de alguma agressão.

Vale lembrar que importantes avanços como a união estável, o casamento civil, a adoção e medidas que equiparam a LGBTfobia ao racismo estão sempre na corda bamba, o que demanda ainda mais atenção e união dessa comunidade a qual pertencemos e nos orgulhamos tanto. Façamos do luto, um verbo e pedimos encarecidamente aos aliados e aliadas: não soltem nossas mãos!

João Henrique Santos – Mtb 73513

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